quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Entrevista do Prefeito Eduardo Paes ao Jornal O Dia de 25/12/2013




Conversa de comadres a entrevista do Prefeito Eduardo Paes ao Jornal O Dia, parceiro de todas as horas.

1 - O Prefeito ADMITE ERROS. Diz que os problemas das enchentes continuarão em 2014. Será que ele falaria isso ANO PASSADO, antes das eleições municipais? O que parece um ato de humildade - assumir culpa - pode ser lido de forma completamente oposta: pode tratar-se de um ato arrogante. Não recuso que ele fique incomodado com os erros, como ele apontou. Mas pode parecer, também, que nos diz algo como: "Está ruim, admito! Mas vai ser assim, não tem jeito! Não há o que fazer. Precisam ter paciência", como a sugerir-nos uma espécie de INEVITABILIDADE DOS PROBLEMAS. E se esses problemas forem ocasionados por falta de planejamento político/planejamento equivocado, como parecem ser? Uma empresa de saúde (RIOSAÚDE) foi criada em Maio através de um Projeto de Lei e as mentes pensantes da Prefeitura - cuja cabeça é o Prefeito - não sabem, exatamente, como ela vai operar. Tanto que quiseram contratar empresa para prestar consultoria... Essa possibilidade se manifesta na segunda pergunta quando diz que "tivemos um monte de problemas de projeto de ligação", ao referir-se às obras contra as enchentes. E alguém lembra do Asfalto Liso, que foi feito a toque de caixa entre o final de 2011 (ano de véspera de eleições) e 2012 (ano eleitoral)? (ver: http://oglobo.globo.com/rio/um-ano-depois-de-concluido-asfalto-liso-ja-esta-cheio-de-buracos-11138655 ) E o BRT inaugurado ano passado que apresentou problemas onde mesmo o funcionário da Sanerio (empresa responsável pela construção) disse que foi apressada? (ver: http://observatoriopolitica.blogspot.com.br/2013/01/o-brt-faz-alegria-de-quem.html ).

2 - A conversinha camarada serviu, também, para "esquentar" mais o nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão. Do contrário... Qual seria a motivação da entrevista NESTE MOMENTO? Das perguntas, 7 trataram dos problemas relacionados às enchentes; 7 relacionadas a um evento que ocorrerá em OUTUBRO de 2014, as eleições para governador. Serviu para tentar "contagiar" a confiança de Eduardo Paes - que tem índices de aprovação melhores que o Sérgio Cabral, ainda que tenha caído também - nos potenciais eleitores. Serviu para PRESSIONAR O PT. E aqui - acho que pela primeira vez - CONCORDO COM EDUARDO PAES e faço minhas suas palavras: "Maluquice será o PT falar mal do PMDB, porque eles participaram do governo durante sete anos (...) Vai soar hipócrita fazer críticas." O PT está VISCERALMENTE ligado às políticas do PMDB do Rio de Janeiro, portanto a TODOS OS ERROS cometidos pelas gestões estaduais e municipais. 

3 - 5 (cinco) PERGUNTAS tem a ver com as formas como os políticos estão sendo vistos, muito pautadas pelas jornadas de manifestações de Junho de 2013. O que ele diz ter aprendido dos protestos? "Que é preciso abrir ainda mais o diálogo com a população". NA MESMA RESPOSTA, diz que famílias ficaram com a casa marcada para ser demolida no Morro da Providência sem saber para onde iam. Mas... Elas foram consultadas se queriam sair de lá? Basta, então, para ele, comunicar para onde elas vão? Não há o diálogo com a sociedade, com os moradores da região, a fim de serem discutidos os projetos para aquela área? Atenderiam, então, aos interesses de quem estes projetos? Da população que será removida? Da empresa que se beneficiará da obra? Dos políticos que vão tirar fotos em sua inauguração? Quando ele diz "mais diálogo" será que é como aquele estabelecido entre o pessoal do "Favela + Limpa" do Morro Pavão-Pavãozinho e o Arquiteto Mário Sá, da Secretaria Municipal de Obras? (Ver: http://paneladepressao.meurio.org.br/campaigns/395 ).

4 - Momentinho comadre quando brinca com os jornalistas dizendo que, na viagem que fez à Portugal, tinha gente fotografando para mandar para o Fernando Molica, do Jornal O Dia (e um dos entrevistadores), como a dizer "Olha por onde ele anda...". Tenho a sensação que este jornalista que, junto com o cartunista Aroeira, era um crítico mais duro da administração de Eduardo Paes, amenizou ultimamente o peso de sua mão contra o Prefeito. Mas gostaria de ler opiniões de outras pessoas que o acompanham nas páginas do jornal para saber se estou sendo rigoroso demais.

5 - Na antepenúltima pergunta que fizeram, sobre o recolhimento de pessoas em situação de rua, mostra desconforto com a postura fiscalizadora do Ministério Público (quando ele funciona e o critica por isso), bem como com os defensores dos Direitos Humanos. Não é de se surpreender que se incomode com isso, vide suas políticas de remoções, a forma como os profissionais da educação foram tratados na greve deste ano, etc.

Rio Ônibus pressiona Prefeito Eduardo Paes por aumento da passagem para 2014


1 - O Presidente da Rio Ônibus, Lélis Teixeira, pediu o aumento das passagens ao Prefeito Eduardo Paes. "NÃO TEMO PROTESTOS", disse, na oportunidade. Segundo ele, a saúde financeira das empresas de ônibus depende do aumento. Chamo a atenção para a atitude ousada, desafiadora mesmo, de não levar em conta os protestos, que ocorreram nas jornadas de Junho de 2013 cujo gatilho foi o aumento das passagens. Além disso, diz não ter receio de futuros movimentos desta natureza. Sabe que pode contar com a fidelidade canina de alguns poderosos que disponibilizam seus besouros fardados que costumam espancar manifestantes. 

2 - O Prefeito Eduardo Paes voltou a afirmar que o aumento é contratual. SEGUNDO A MATÉRIA, a passagem passaria dos atuais R$: 2,75 para R$: 3,05. "Não quero que o Rio seja uma cidade que não cumpre contrato e não vou fazer populismo barato", disse o Prefeito. Gostaria de saber se nesse contrato não consta:

2.1 - Pontualidade dos ônibus;
2.2 - Ônibus confortáveis e em boas condições de uso;

E a quem a gente cobra a parte do trânsito que deve funcionar direito? Ao papa? 

Fazer "populismo barato" é pagar o justo valor de um serviço de qualidade questionável? Está governando para quem, prefeito?

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Uso político-partidário de órgãos públicos?







            A matéria do jornal O Dia de hoje (23/12/2013, p. 4) relacionada ao DETRAN dá conta que a Justiça teria evidências do gerenciamento político de um esquema de corrupção neste órgão. O Deputado Estadual Coronel Jairo, do PMDB estaria ligado a uma quadrilha que movimentava R$: 2 milhões de reais por mês na legalização de carros irregulares. O grupo, ou quadrilha, seria indicação do parlamentar, que seria conhecido como “o dono do Detran de Campo Grande” para trabalhar na empresa Facility, responsável pelo recrutamento dos funcionários terceirizados do posto. O “esquema” seria supervisionado pelo chefe do posto, também indicado pelo parlamentar.
            Questionado pela reportagem, o Deputado Estadual Coronel Jairo, do PMDB, parece contradizer-se. Quando perguntado se foi o responsável pelo ingresso das pessoas envolvidas no Detran de Campo Grande, diz que “Essas pessoas não são nomeadas pelo político”. Mais adiante, no entanto, diz que “O governo pede que indique pessoas para fazer cursos lá (...) a gente manda lá pro governo o nome de 100, 200 pessoas, e só umas 20 é que é (sic) aprovada (...) eu só indiquei para o governo uns 100, só botaram 20”.
            Ainda segundo a reportagem, parte do dinheiro arrecadado com as propinas seria destinada à campanha política, sendo que em 2012 os recursos obtidos teriam subsidiado a candidatura do vereador Jairinho (atualmente, no recém fundado PROS – Partido Republicano da Ordem Social). O chefe do posto obrigaria os funcionários a conseguir votos para o candidato.
            Algumas observações:
Não é de se espantar que ocorra outro escândalo envolvendo políticos do PMDB. Segundo o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, o partido é o 2º colocado no Ranking dos que tem o maior número de deputados cassados por corrupção desde o ano 2000. Ver: http://camaraempauta.com.br/portal/artigo/ver/id/2463/nome/MCCE_divulga_ranking_da_corrupcao_por_partido).  
São tantas as empresas prestadoras de serviços para a administração pública, num tempo onde os “Jestores” parecem desacreditar do Serviço Público realizado por Servidores Públicos concursados. Mas... Será mesmo que desacreditam? Ou será que o combate que travam CONTRA os Servidores Públicos (precarizando salários, carreiras e condições de trabalho) não tem a ver com o interesse de fazer dos empregos na administração pública moeda de troca eleitoral. Antigamente – acho que antes da Constituição de 1988 – muita gente ingressou no Serviço Público “pela janela”, através de alguma indicação política. Quando a possibilidade encerrou-se, admitindo-se, apenas, a contratação de Servidores Públicos via Concurso Público, certos políticos com práticas políticas viciosas viram-se impedidos de lançarem mão do expediente para colocarem seus simpatizantes ou cabos eleitorais. Os Cargos de Confiança na Administração Pública (DAIs, DASs, etc) substituíram isso UM POUCO. Mas... E o cabo eleitoral “comum”, que às vezes tem pretensões político-partidárias? E o eleitor comum? Como ser agradado pelo político de práticas viciosas? Como “encaixar” alguém na Administração Pública senão através de alguma empresa “amiga”, prestadora de Serviços? Lembro-me de ter ouvido relatos, não confirmados, de políticos influenciando na contratação de mão de obra terceirizada. E agora vemos, na reportagem, algo muito próximo disso. De acordo com a reportagem de O Dia, o Deputado Estadual Coronel Jairo, do PMDB, estaria conseguindo postos de trabalho para algumas pessoas na Facility. Ele diz que não nomeia, MAS ADMITE QUE INDICA, ATENDENDO SOLICITAÇÃO DO GOVERNO. E o pessoal contratado teria que fazer o papel de cabo eleitoral. Nas eleições de 2012, teriam pedido votos para o filho do Deputado Estadual, o Vereador “Jairinho”, do PROS. Parece que vocação para a Política é genética em algumas famílias, não...?

A Facility é velha conhecida do noticiário. Em 2011, o Ministério Público (sim, as vezes funciona!) teria apresentado denúncia por formação de cartel contra os donos da empresa, que seria a maior fornecedora de mão de obra do Estado (Ver: http://oglobo.globo.com/rio/mp-denuncia-grupo-facility-por-formacao-de-cartel-em-servicos-de-mao-de-obra-do-detran-2841193 ). De acordo com a matéria, “na denúncia, o MP afirma que Arthur se reunia com os outros empresários para combinar as disputas. Com isso, as empresas do grupo Facility venciam as consultas de preços ou pregões realizados pelo Detran para a contratação de serviços nas áreas de limpeza, segurança patrimonial e processamento de dados (...) O MP critica também o argumento usado pelo Detran para a dispensa de licitação de alguns contratos que foram renovados. O órgão sustentava que os serviços eram essenciais e não poderiam ser interrompidos até que fosse realizada uma nova concorrência. Para os promotores, as renovações ocorreram com base na "morosidade da própria administração, que, propositadamente, não concluía os procedimentos de licitações em tempo". .. De empresas com condutas suspeitas o Governo do Estado do Rio de Janeiro se entende bem... Relembrem esta matéria do Jornal do Brasil: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/03/29/governo-do-rio-afasta-pequenas-mas-mantem-contratos-com-empresas-suspeitas/

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Se você não for "índio", não pode protestar a favor deles



Reparem no tratamento dado por dois grandes jornais cariocas às manifestações ocorridas ontem no Hotel Novo Mundo, no Flamengo.

1 - A primeira frase da matéria "Era para ser uma conversa de índio para índio (...)". Como assim, cara pálida? Com quem os índios estavam conversando? Ah, com a Secretária de Cultura (não diz se Estadual ou Municipal, mas sabemos que é a primeira alternativa). Adriana Rattes pode ser descendente de índios. Um estudo genético poderia dizer isso ou não. Mas... Na atual reencarnação, ela NÃO É ÍNDIA nem tem parentesco próximo;

2 - A legenda da foto que colocaram na matéria (só aparece a legenda e o pé da foto) e o segundo quadro insistem num ponto: os manifestantes NÃO TINHAM CARACTERÍSTICAS COMPATÍVEIS COM ÍNDIOS. Dos 50 manifestantes, apenas dois se enquadrariam no perfil de índio imaginado pelo jornal. Aliás, a Secretária Estadual de Cultura também não se enquadra nele. Ora, então se os manifestantes, "que seriam contra tudo e todos" são desqualificados por não serem índios, a representante do Estado do Rio de Janeiro também não deveria ser "índia" para dialogar com eles, já se tratava-se de uma conversa de "índio para índio"? No mais, o argumento proposto pelo jornal é perigoso. 

2.1 - Então, aqueles que durante a Segunda Guerra Mundial, nos países ocupados pelos nazistas, e que esconderam judeus perseguidos pela política racista de Hitler SEM SEREM JUDEUS erraram por ajudá-los? 

2.2 - Os brancos que eram contrários à escravidão de negros, no século XIX, não o deviam ser porque eram brancos? 

2.3 - Os brancos, os amarelos, os índios (e quantos mais vocês quiserem) não devem ser solidários aos negros que, ainda hoje, sofrem com o RACISMO no Brasil? 

2.4 - Não se deve ser solidário aos homossexuais que são vítimas de violências porque não se é homossexual?

Perceberam o abismo que a argumentação do jornal O Dia cria entre as pessoas? Se não for do seu grupo, religião, etnia, etc, DEIXE DE LADO. NÃO SE SOLIDARIZE, porque a causa NÃO É SUA. A causa dos índios, dos negros, dos homossexuais que sofrem violências É DE TODO SER QUE SE DIZ HUMANO. 

3 - O jornal O Dia não deixa clara a procedência dos manifestante nem dá voz à causa deles. Tentando fazer uma leitura a contrapelo, dá para deduzir algumas coisas. Ao citarem o índio Guajajara, que foi retirado à força da árvore do Museu do Índio, dá para deduzir que se tratava de pessoas solidárias aos que ocupavam este espaço. Guajajara reclama de FALTA DE DIÁLOGO e diz que os representantes indígenas ali presentes não os representavam. Os que estavam presentes ao encontro pareciam tentar articular uma proposta conciliatória com a Copa do Mundo, tentando auferir benefícios do evento, o que vários segmentos dos movimentos sociais vem criticando. No jornal O Globo (ver: http://oglobo.globo.com/rio/manifestantes-invadem-hotel-novo-mundo-no-flamengo-11105413 ) a secretária diz ser necessário discutir a Aldeia Maracanã. Ora, com quem? Com quem não estava presente antes? Ambos os jornais NÃO DÃO CONTA das propostas em disputa naquele momento. Não descem a especificidades de cada uma delas. Por quê? Receio que a adesão à proposta dos ocupantes da Aldeia Maracanã fosse mais aceita pelos seus leitores? Querem saber a que interesses os jornais servem? Não os deixe de ler e repare nos seus anunciantes, nos seus editoriais, na forma como impessoalizam ou irracionalizam as causas.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Confraternização das Coordenadoras Pedagógicas da 8ª CRE


Por: MARCOS LUIZ FREITAS RODRIGUES

Sou informado de que hoje, 16/12, teria sido realizada uma festa de confraternização das Coordenadoras Pedagógicas da 8ª CRE. Esta confraternização teria ocorrido em uma casa de festas no bairro de Bangu e sido financiada por CR$ 8.000,00 com origem nos cofres públicos municipais.

A se confirmar esta informação perpetra-se mais um crime moral é ético contra o povo carioca e toda a sociedade brasileira.

Seguindo o exemplo de nossos gestores maiores a 8ª CRE usa dinheiro público para financiar uma atividade que está longe das necessidades e das prioridades do nosso povo.

Que gestores são esses? Onde está a moralidade pública? Onde está a decência? Será que esquecem que cada centavo deste dinheiro custou o sangue daqueles que trabalham neste país? Que cada centavo foi pago com sacrifício e muito trabalho? Que comunidades inteiras sangram por falta de educação, saúde e condições dignas de vida? Que crianças e idosos morrem nos corredores dos hospitais por falta de leitos e médicos? E os gestores da 8ª CRE teriam usado oito mil reais para promoverem uma festa? É isso mesmo? Teriam perderam a vergonha? Perdido o pudor?

Talvez estes gestores estejam seguindo orientações superiores. Talvez estejam apenas cumprindo ordens. Talvez sejam apenas tarefeiros. Talvez o verdadeiro objetivo seja promover pequenos "agrados" àqueles que podem minimizar a péssima imagem da atual gestão municipal juntos aos profissionais de educação. Penso que se for este o caso nossos gestores não devessem se prestar a este tipo de papel.

Lamento muito que estes gestores somem a seus currículos um evento desta natureza.

E quanto às Coordenadoras Pedagógicas convidadas. Penso que seria correto não comparecer. Esta comida estaria suja com o sangue dos mais pobres. Porém conheço estas profissionais. São corretas, são dignas , são decentes, trabalham criteriosamente para as escolas e crianças de nossa cidade. Estas profissionais possuem um nome, uma carreira, uma família. Ainda que possam ter comparecido a isto, dele não fazem parte. Devem refletir. Não somos massa de manobra. Não somos gado. Não estamos aqui para nos locupletarmos com o dinheiro dos mais necessitados. Dignidade, dignidade sempre. Repudiem este tipo de prática. Não se deixem ser usadas por pessoas que não gozam da mesma envergadura que vocês. Cuidado com os bajuladores e carreiristas. Eles sempre aparecem e se dizem prontos a lutarem pela qualidade de nossa educação. Eu não os vi em nossas passeatas de agosto!

Estivéssemos em um pais sério e a possibilidade do uso do dinheiro público para se promover uma festa seria objeto de uma séria investigação administrativa e , a se confirmar, da exoneração dos responsáveis. Porém infelizmente vivemos na nação onde este texto será ignorado e lido por poucos.

Conclamo a todos os cidadãos que lerem este texto e ainda se indignarem a copiá-lo e publicá-lo. Levantemo-nos contra tanta imoralidade. Enquanto escolas alagam e desabam gestores da 8ª CRE liberam verbas para festas e comemorações. Um dia serão julgados e chamados às suas responsabilidades. 

Quanto a você colega que por ventura compareceu a este "evento" não diga que não possui qualquer responsabilidade. Estivéssemos todos unidos e muitos destes descalabros não aconteceriam. Os opressores só se mantém no poder porque contam com a ajuda e a omissão de muitos dos oprimidos.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Alagamentos por causa das chuvas na cidade do Rio de Janeiro



SE eu não estivesse envolvido na escrita da minha dissertação, eu iria aprofundar essa pesquisa. No site da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, fazendo um rápido levantamento dos jornais das décadas passadas através de palavras como "alagamento" ou "inundações" os resultados que obtive são estes, entre 1940 e 1950. Uma tragédia anunciada. Todo ano é isso nos meses da Primavera e, principalmente, do Verão. TODOS OS PREFEITOS ANTERIORES tem responsabilidade sobre isso. Para falar apenas dos últimos 20 e poucos anos, temos Saturnino Braga, Marcello Alencar, Cesar Maia³, Luiz Paulo Conde e Eduardo Paes². Por que não se ocuparam, como deveriam, com o recorrente problema das enchentes e dos alagamentos ANUAIS que a cidade enfrenta por causa das chuvas? Será porque são obras "invisíveis", que ficam debaixo da terra (drenagem)? Sim, porque não dá para colocar placas de inauguração nelas porque parecerão lápides... 

No entanto, em que pese a gravidade do problema, agravado ainda mais pelos tempos de aquecimento global e consequentes mudanças climáticas, os GOVERNANTES e a POPULAÇÃO parecem não se importar, ambos com motivos diferentes. Os governantes querem placas de inauguração, não lápides; a população NATURALIZOU o problema. Parece não enxergar nele A MÁ GESTÃO DO DINHEIRO PÚBLICO, a negligência dos chefes do executivo com suas vidas. Colocam, me parece, simplesmente, a culpa em São Pedro... Não se importam em jogar lixo no chão; Não se importam se a rua está suja, já que não reclamam dos poderes públicos limpeza; Não cobram melhorias nas regiões onde moram/trabalham para que suportem as chuvas. Por outro lado, os "jestores", LEVIANAMENTE se mostram comovidos com os problemas, posam para fotos com vítimas de enxurradas, pessoas que perdem todos os bens nas chuvaradas, mas, na hora de operarem a mudança necessária... Fica no papel, fica na promessa.

Será que daqui a 70, 80 anos, lá pelo ano 2083, 2093, alguém fará o mesmo desabafo por alguma Rede Social mais avançada que o FACEBOOK, postando fotos dos jornais de Dezembro de 2013 (com as ocorrências que todos vivemos no dia 11 de Dezembro de 2013) para se referirem à negligência dos Prefeitos da cidade do Rio de Janeiro quanto aos problemas causados pelas chuvas? 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

"Será que já raiou a Liberdade?"



1 - Não tenho elementos suficientes para comparar os casos de racismo estadunidenses com os brasileiros. Sei de alguns pontos de contato apenas que, aliás, são bem intrigantes. A população carcerária dos EUA, em sua maioria, é de negros, assim como a nossa. De acordo com uma socióloga da Universidade de Ohio, existem mais negros encarcerados hoje do que escravizados no século XIX. (Ver: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/30858/sem+tempo+para+sonhar+eua+tem+mais+negros+na+prisao+hoje+do+que+escravos+no+seculo+xix.shtml ) No Brasil, são maioria também. (Ver: http://www.cps.fgv.br/cps/CD_Retratos_Carcere/Pro_Curto_retratos_dos_pres%C3%ADdios_cariocas_VERSAOCOMPLETA.pdf ) O que tem em comum? A pobreza.

1.1 - Mas... A pobreza não é uma gripe ou uma virose, ocasional, que passa ou eventualmente mata. A pobreza e a miséria (sua expressão mais cruel) são históricas. Os filhos dos pobres e dos miseráveis tem enormes dificuldades em romper a linha da pobreza e da miséria e ascender socialmente, por conta de toda conjuntura contrária (saúde, educação, condições de vida de qualidade, etc). Agora, o branco pobre NÃO É VISTO DA MESMA MANEIRA QUE O NEGRO POBRE. Há um estigma social na cor, infelizmente, que reforça a desgraça de ser pobre ou miserável. Aqueles jovens que foram colocados para fora do shopping no Ceará que o digam. (Ver: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/11/jovens-negros-sao-humilhados-em-shopping-e-gravam-tudo.html ).

1.2 - E qual o retrato da pobreza, que é histórica? Quando entramos nas favelas, de que etnia é a maioria das pessoas? Quando passamos ou entramos em cracolândias, qual a etnia da maioria das pessoas ali? São, por acaso, como aquele chamado "mendigo gato"? (Ver: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/10/mendigo-gato-faz-ensaio-fotografico-apos-deixar-reabilitacao-veja-fotos.html ) E os moradores de rua, quantos são padrão FIFA (Fernanda Lima/Rodrigo Hilbert)? E as transmissões de TV no novo Maracanã? Repararam que embranqueceram a platéia?

2 - O Estigma social que tentam impor aos negros é introjetado por muitos deles. Acabam reproduzindo o preconceito que são vítimas. Como isso? Já viram aqueles casos onde negros não se autodefinem negros? Por que fariam isso? Para mim, o fazem porque não veem vantagens em se apresentar como tais, muito pelo contrário. Devem fazê-lo para "evitar maiores transtornos". Tentam descolar-se porque sabem que a Polícia, nas abordagens que faz, prioriza eles; porque são vistos como "menos bonitos" do que outros segmentos étnicos brasileiros, vide o caso Fernanda Lima/Camila Pitanga X FIFA.

3 - A televisão reforça os estigmas. Os papéis subalternos são... Dos negros. (Ver: http://monografias.brasilescola.com/arte-cultura/a-representacao-mulher-negra-na-teledramaturgia-brasileira.htm ). Concursos de beleza pela TV. Miss não sei das quantas. Brancas! Globeleza ou Musa do Carnaval: Negra. Longe de promover a integração, a TV reforça a divisão. E não o faz porque é manipuladora. Manipula, também, e não é pouco. Agora, para dar certo o que aparece na telinha, os programas precisam identificar-se com os valores dos telespectadores, do contrário não são vistos. Alguém demanda assistir documentários, programas de debates, etc? Por que não o fazem? Porque não gostam. Estes programas tem menor audiência porque não são muitos os que os assistem. Trocando em miúdos: A TV, assim como os políticos, são reflexos nossos.

4 - O racismo está naturalizado socialmente. Muita gente é e não sente. Quem sabe nós o somos, também, e não temos consciência? Quando alguém vai descrever, para um terceiro, uma pessoa negra, sua etnia é recordada: "Fulano, aquele negão, alto, forte, etc...", o mesmo não acontece com algum branco, alto, forte, que não é descrito como tal. "Macaco", "negro quando não caga na entrada, caga na saída", "fazendo serviço de preto", são expressões que qualquer um de nós já ouviu por aí e muita gente usa sem sentir.

5 - Há uma dívida social com a pobreza. Quando ela for combatida, de fato, a maioria da população negra, que perfila com os excluídos, ascenderá. Mas é bom que a gente não perca de vista que tem muita gente com uma Casa Grande batendo no peito.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Saúde Pública sob intervenção

1 - Nesta semana o CREMERJ sugeriu o fechamento da emergência do Hospital Municipal Salgado Filho em função dos problemas enfrentados pela unidade, dentre outros, a superlotação e falta de profissionais. 

2 - Em 2005, acho que durante ou depois de uma epidemia de dengue (me corrijam, porque não lembro, exatamente o que disparou isso), o governo federal - Lula, do PT - realizou uma intervenção nos grandes hospitais da cidade do Rio de Janeiro. Os que anos antes haviam sido municipalizados (Hospital do Andaraí, Cardoso Fontes, Ipanema e o da Lagoa) tornaram às mãos do governo federal. O Souza Aguiar e o Miguel Couto entraram na dança, mas voltaram ao Município (na gestão de Cesar Maia, então PFL, atual DEM).

3 - Vocês poderiam pensar: "Bom, se ele começou falando do atual problema do Salgado Filho, pode estar sugerindo que o governo federal intervenha, novamente, na Saúde Municipal". Sim, seria minha resposta, SE...

3.1 - Não estivéssemos falando em governos de aliados (Eduardo Paes - PMDB na cidade do Rio de Janeiro e Dilma Housseff - PT, presidenta). Em 2005 a intervenção foi feita durante a gestão adversária de Cesar Maia (então PFL, hoje DEM). Eduardo Paes, que já se referiu carinhosamente a Lula e ao PT na época em que era relator da CPI dos Correios como "psicótico" e "Chefe de quadrilha", hoje é aliado.

3.2 - A situação dos Hospitais Federais na gestão de Dilma Housseff não é boa. No Hospital do Andaraí, por exemplo, andou faltando medicamento (até dipirona), e insumos como gaze...

4 - SE tanto os hospitais municipais quanto os federais estão na "MERDA", COMO O GOVERNO FEDERAL PODERIA INTERVIR, SE MERECIA SOFRER INTERVENÇÃO? Parece que Governo Federal (PT/PMDB) e governo municipal (PMDB/PT) estão empenhados, mesmo, no desmantelamento da Saúde Pública.