quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Hospital Municipal Barata Ribeiro vive?


O desmonte do Serviço Público alterna períodos de velocidade e lentidão, de acordo com o momento político que se vive. Já vivemos mais brutais. Por hora, acho que se mantém, num ritmo mais compassado. É como se organizassem a batida de tambores que, antes, faziam barulho e que, agora, produzem uma espécie de compasso de marcha. E parece que muitos de nós estamos acostumando com esse barulho, porque nossa capacidade de indignação vai ficando amolecida. Parece, mesmo, que nosso ouvido "naturaliza" essa batida sinistra e começamos a julgá-la evento natural e inexorável. MAS NÃO É!

Quantos hospitais a gestão de Eduardo Paes (do PMDB de Sérgio Cabral e Pezão, aliado do PT de Dilma) já fechou? Quantas unidades de saúde estão sob a (ir)responsabilidade das Organizações Sociais? O que se pretende, de fato, com a recém-criada EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE? A retórica de que os serviços melhorariam com a gestão das OSs já se mostrou falaciosa. Pendendo para a privatização, a EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE não deve ser diferente. O problema NÃO É O SERVIDOR PÚBLICO EM SI, ou mesmo O FATO DA GESTÃO SER PÚBLICA. O problema está na política pública de uma gestão que QUER PRIVATIZAR O SERVIÇO PÚBLICO, DESMONTANDO-O; QUE É CONTRÁRIA À GESTÃO PÚBLICA DO SERVIÇO PÚBLICO.

O método é ardiloso e cruel, principalmente numa conjuntura onde a saúde pública está doente. A unidade é esvaziada: de insumos e de servidores, via aposentadorias, via mudanças de locais de trabalho por motivos nem sempre profissionais. Depois, a obra do tempo atuando nos tijolos, na estrutura física. Deixa-se de atender com qualidade. Reduz-se a quantidade de atendimentos.

E joga-se para a plateia: "Olhem como a gestão pública, via servidores é ruim! Eles não trabalham. São malandros. Não são comprometidos. POR ISSO, POR CULPA DOS SERVIDORES, vamos passar a gestão da unidade para a Organização Social "X" ou para a Empresa de Saúde, que tem outro modelo de gestão, mais profissional (e outras baboseiras que eles gostam de ruminar em seus discursos tecnocratas)". Ou quando não falam, simplesmente, em fechar e redistribuir os pacientes na rede, segundo eles "sem prejuízo para o atendimento à população", como se as demais unidades já não estivessem, por si sós, sobrecarregadas.


Hoje é o Hospital Municipal Barata Ribeiro que está AMEAÇADO. Os dados, no caso desta unidade, ainda estão rolando. O que somos nesse jogo? Meros expectadores ou protagonistas?

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