sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sobre a falta ao plantão do Neurocirurgião do H. M. Salgado Filho e a falta de postura dos políticos da cidade do Rio de Janeiro




Gabriel Melgaço
Marco Antonio Nicolau
Marco Aurélio Oliveira


            Na noite do dia 24 de Dezembro de 2012, a menina Adrielly dos Santos, de 10 anos, foi baleada na cabeça em Piedade, na Zona Norte do Rio. Encaminhada ao Hospital Municipal Salgado Filho, teve que esperar 8 horas para receber o atendimento de um Neurocirurgião, uma vez que o que estava escalado para trabalhar aquele dia faltara ao plantão.
            Inicialmente, a falta do médico gerou sentimentos de revolta e preocupação. A princípio, a reação foi de condenação, considerando apenas o médico como único culpado pelo evento. Na reportagem do RJ TV 1ª edição do dia 25/12, notamos, ou pelo menos tivemos a impressão de que, tanto o Secretário de Saúde Hans Dohmann quanto à reportagem, não sabiam se estavam diante de um Servidor Público ou um Terceirizado, forma de contratação considerada ilegal pelo STF, tão ao gosto do atual executivo municipal, reeleito nas últimas eleições. Consultando o site do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), verificamos tratar-se de um Servidor. Teria alegado à reportagem do noticiário da TV Globo que estava demissionário, informação que a SMSDC (Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil) não confirmou. De fato, se tem que o servidor estava há mais de um mês faltando aos plantões, porque insatisfeito com a escala. Além disso, denunciou a unidade hospitalar ao dizer que vinha trabalhando sozinho, quando uma resolução do CREMERJ prevê que sejam dois especialistas atendendo[1].
            Verificando a escala de Natal divulgada pela SMSDC, percebemos que no H. M. Salgado Filho NÃO HAVIA Neurocirurgião no plantão diurno do dia 24 de Dezembro. Apenas no noturno estava escalado o médico que está no noticiário. E sozinho. No dia seguinte, 25 de Dezembro, outro Neurocirurgião, sozinho também, provavelmente o que operou a menina.
Se essa menina foi baleada durante o dia e encaminhada à unidade, NÃO HAVERIA NEUROCIRURGIÃO para atende-la! E o médico que o fez, no dia da cirurgia, o fez sob condições NÃO RECOMENDADAS PELO CREMERJ (sozinho). Se a menina fosse moradora da região próxima ao H. M. Lourenço Jorge (na Barra) e precisasse dos serviços de Neurocirurgia da unidade só poderia ser atendida por esse especialista durante o plantão diurno do dia 24 de Dezembro, uma vez que, NO PLANTÃO NOTURNO DO DIA 24 E DURANTE TODO O DIA 25 NÃO HAVIA NEUROCIRURGIÃO NA UNIDADE.
            Recordam-se do caso do rapaz que morreu vítima de um ferimento provocado pela quebra de uma taça de champanhe no bolso de sua calça, na saída de seu casamento? [2] O caso requeria o atendimento de um Cirurgião Vascular. Pois bem! Se ocorresse alguma situação grave, como esta, onde fosse necessário o atendimento de um especialista em Cirurgia Vascular no H. M. Lourenço Jorge nesse Natal, o paciente teria que ser transferido para outra unidade, visto que NÃO HAVIA CIRURGIÃO VASCULAR.
                        Nos dois plantões (diurno e noturno) dos dias 24 e 25 de Dezembro do H. M. Lourenço Jorge NÃO HAVIA ANESTESISTA ESCALADO.
            No plantão noturno do dia 25 não havia Clínico Geral escalado no H. M. Miguel Couto.
            Uma coisa que consideramos estranha, também, foi que na escala, no H. M. Souza Aguiar, para o plantão noturno do dia 24, havia três Neurocirurgiões, sendo que só constava o primeiro nome deles, o que não ocorreu em nenhuma outra listagem dos Hospitais Municipais [3].
            Para terminar o assunto PLANTÃO, perguntamos: Onde está a escala dos médicos e demais profissionais de saúde das UPAs da cidade do Rio de Janeiro? Por que não divulgaram isso, também, no Natal?
As emergências dos grandes Hospitais Municipais NÃO SÃO ADMINISTRADAS POR ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, para frustração do Prefeito, uma vez que era de seu interesse que o fossem, o que a Justiça impediu [4]. Por que, então, divulgar escala de plantão das emergências administradas por Servidores Públicos e não divulgar escala de serviço de UPAs administradas por Organizações Sociais?
            Dito, mais acima, sobre transferência de paciente. Por que o CHEFE DE PLANTÃO OU O DIRETOR DO HOSPITAL não transferiram imediatamente a paciente que deu entrada, SABENDO QUE NÃO TINHAM CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO? Como demoram a agir? Como deixam uma paciente aguardar por 8 HORAS E NÃO BUSCAM OUTRA FORMA DE AGILIZAÇÃO DO ATENDIMENTO?
            O Prefeito Eduardo Paes e o Secretário de Saúde Hans Dohmann repetem a velha estratégia de gritar “pega ladrão”, gerando comoção e apontando como criminosas pessoas inocentes, quando na verdade são eles, os que gritam e se mostram indignados, os maiores responsáveis pela tragédia na saúde carioca. É uma “indignação seletiva” que deixa de lado, inclusive, o fato que levou a menina ao hospital: uma bala de revólver! Um problema de SEGURANÇA PÚBLICA, que é de alçada do Governador Sérgio Cabral, também do PMDB, governador este que notabiliza-se por suas viagens a Paris e por xingar médicos de “safados” e “vagabundos” [5] e bombeiros de “vândalos” [6]. Será que a ofensa a Servidores Públicos faz parte de uma estratégia de desgaste do Serviço Público promovida por estes dois políticos do PMDB? Sim, porque, recentemente, o prefeito Eduardo Paes chamou o médico faltoso de “delinquente” [7].
            “Delinquente”, segundo o Dicionário Online de Português, significa: “Característica do que ou de quem infringe uma lei e/ou certas normas morais pré-estabelecidas. Pessoa que praticou um delito; criminoso.” [8] Atenho-me ao primeiro significado. Aquele que infringe lei ou certas normas morais pré-estabelecidas. Ficamos aqui pensando; O médico ou qualquer profissional que falta a um plantão estaria quebrando um acordo tácito, uma espécie de promessa, que supõe confiança. Existe um acordo entre as partes, as diversas partes. A falta num plantão configura uma quebra desse acordo, o não cumprimento da promessa de estar naquele lugar, naquele horário. Vendo dessa maneira, o prefeito chamou de delinquente aquele que quebrou o acordo, que não cumpriu a promessa, frustrou as expectativas daqueles que confiaram nele.
Onde queremos chegar? Quem não cumpre promessas seria um delinquente, na visão do prefeito. Então, ele e muitos políticos seriam igualmente delinquentes. É importante recordar, por exemplo, que, aos Servidores Municipais, o atual prefeito, em campanha para seu primeiro mandato no ano de 2008, prometeu o PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS por categorias e NÃO CUMPRIU [9]. Quebrou a promessa, delinquiu. Em 26 de Agosto de 2012, concorrendo à reeleição, prometeu novamente [10]. Será que tornará a delinquir?
            O médico ausente se tornou o único culpado por todo um conjunto de falhas que estão em local muito acima da unidade de saúde. Tudo COMEÇA no GABINETE DO PREFEITO, se IRRADIA até a SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, e se DILUI por toda a rede pública de saúde. O erro estratégico está na privatização da saúde, na quebra de igualdade da remuneração entre médicos de OS e médicos servidores. O erro começa quando a prefeitura teima em desobedecer às ordens do STF, de chamar e contratar os concursados e parar com a bandalheira perdulária da contratação de médicos via OSs. Essa política torta e míope causa danos que repercutem na vida de todos nós.
            Tão gritante foi o açodamento das autoridades cariocas em atacar o servidor que, agora, a verdade vai surgindo, as responsabilidades surgem, e apontam não mais para a falta física do servidor médico, mas a falta de responsabilidade, compromisso, capacidade, eficiência da direção política da unidade, do chefe do plantão, da sucateada, loteada e repleta de terceirizados, central de regulação de vagas, da SAMU e de todos os cargos responsáveis por evitar o absurdo de um tempo de espera de aproximadamente 8 horas para atender A QUALQUER DOENTE!
            Os servidores, parte mais frágil e tão vítimas quanto os pacientes, sofrem de forma injusta as consequências da incompetência e da rejeição que eles, Prefeito e Secretário de Saúde criaram e alimentam. Por isso, antes de termos o massacre de um Servidor Público que faltou, temos que saber que acima dele há sempre um responsável maior. E que, por trás de uma manchete jornalística escandalosa, há um interesse podre muito mais escandaloso. E esse interesse escandaloso é a entrega da saúde carioca para as OSs, loteando a cidade entre as forças de cooptação do Prefeito.
            Quem são os delinquentes?


[1] MAGALHÃES, Maria Inês. “Neurocirurgião diz que estava insatisfeito e já não ia ao trabalho”. O DIA. Disponível em: http://odia.ig.com.br/portal/rio/neurocirurgião-diz-que-estava-insatisfeito-e-já-não-ia-ao-trabalho-1.530006 Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[2] G1. “Noivo morre após cair sobre taça de vidro durante casamento no RJ”. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/11/noivo-morre-apos-cair-sobre-taca-de-vidro-durante-casamento-no-rj.html Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[3] SMSDC. “Escalas de plantão Natal”. Disponível em: http://200.141.78.79/dlstatic/10112/137240/DLFE-263317.pdf/Escala_Plantao_Hospitais_Emergencia.pdf Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[4] MELGAÇO, Gabriel. “JUSTIÇA DO RIO PROÍBE A TERCEIRIZAÇÃO DAS EMERGÊNCIAS DOS HOSPITAIS DA PREFEITURA DO RIO!”. Disponível em: http://gabrielmelgaco.blogspot.com.br/2011/07/justica-do-rio-proibe-terceirizacao-das.html Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[5] JORNAL DA NOITE. “Sérgio Cabral chama médicos de safados e vagabundos”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=1bgEDlGePnE Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[6] GLOBONEWS. “Sérgio Cabral chama bombeiros de vândalos e irresponsáveis”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=36raF4CaMi0 Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[7] BARBOSA, Caio. CUNHA, Vânia. “Paes chama médico que faltou ao plantão de ‘delinquente’”. Disponível em: http://odia.ig.com.br/portal/rio/paes-chama-médico-que-faltou-a-plantão-de-delinquente-1.529493 Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.
[8] DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. “Delinquente”. Disponível em: http://www.dicio.com.br/delinquente/ Último acesso em 28 de Dezembro de 2012.

17 comentários:

M Rodrigues disse...

Aqui em campos dos goytacazes nao e diferente uma conhecida de nome neide foi enternada para dar a luz, mas ja havia recomendacao medica p cezariano, mais a medidica de plantao nao quiz tomar conhecimento mesmo a familia falando que o bebe estava com o cordao umbilical no pescosa a medica fez o parto a forca, quando puxou o bebe arrebentou o cordao umbilical no umbigo do bebe e a mae perdeu muito sangue foram os dois p uti;a mae teve melhora mais o bebe pouco melhorou esta imovel inertea maior tristeza, a mae gritava de dor na hora do parto e a medica disse que ela ia ter o filho pela boca,o pai esta esperando a mae se recuperar para fazer um bo,a mae e bem nova e uma pena uma dor muito grande,obrigado.

M Rodrigues disse...

Aqui em campos dos goytacazes nao e diferente uma conhecida de nome neide foi enternada para dar a luz, mas ja havia recomendacao medica p cezariano, mais a medidica de plantao nao quiz tomar conhecimento mesmo a familia falando que o bebe estava com o cordao umbilical no pescosa a medica fez o parto a forca, quando puxou o bebe arrebentou o cordao umbilical no umbigo do bebe e a mae perdeu muito sangue foram os dois p uti;a mae teve melhora mais o bebe pouco melhorou esta imovel inertea maior tristeza, a mae gritava de dor na hora do parto e a medica disse que ela ia ter o filho pela boca,o pai esta esperando a mae se recuperar para fazer um bo,a mae e bem nova e uma pena uma dor muito grande,obrigado.

Unknown disse...

Ao amigo acima,
Acredito que sua situação descrita nada tem a ver com o quadro de administração ilegal e irresponsabilidade profissional que estão sendo tratadas aqui.
Apenas para você refletir, no seu caso, acha correto o obstetra tomar a decisão de operar a pessoa só pq um parente dela disse que outro medico disse? E se a mulher morre na cesariana o medico pode alegar que a família disse que alguém disse que tinha que operar?
Agora você entendeu

Meu nome é Legião, pois somos muitos. (São Marcos 5, 9) disse...

Amigo, vc não tem uma página no FB pra gente curtir e receber seus posts direto na nossa timeline? Assim fica muito mais fácil de divulgar e seguir. Seus posts são muito bons!!!

Imperador MAGO disse...

"Meu nome é Legião", O texto foi compartilhado na página "Pense mais uma vez", de um dos autores. Segue o link: https://www.facebook.com/PenseMaisUmaVez?ref=stream

Fatima disse...

Por mais que tenhamos problemas, e sérios, na saúde pública não se justifica a falta de um médico na sua escala de plantão. Todos sabem o quanto é difícil este trabalho, o quanto é precário e o quanto é mau pago, infelizmente. Sem contar com a pouca vergonha dos nossos governantes. Mas ele sendo um servidor já conhecia todo o esquema quando entrou então não tem o porque de faltar com o seu compromisso.

Antonio Carlos disse...

Aqui, em Paquetá, a coisa está muito pior. Imaginem uma ilha onde a grande maioria dos moradores são sexagenários e crianças. Nosso hospital, municipal, não tem um cardiologista, um ortopedista, que são fundamentais no atendimento, principalmente a estes cidadãos. Se um morador tiver que ser atendido por um desses especialistas durante a noite, terão que esperar o dia amanhecer para poderem ser transportados pois não há condução para o continente. Neurocirurgião, geriatra, dermatologista, neurologista e anestesista então é igual caviar... Este é o retrato da saúde do Rio de Janeiro.

Renato disse...

Fatima, porque é proibido ao médico faltar ao plantão? Será que, ao se formar, o médico cria algum tipo de poder sobre-humano que impossibilita contrair doenças ou ter problemas pessoais? Você, por exemplo, JAMAIS faltou algum dia de trabalho?
A medicina é uma profissão como todas as outras e quem a exerce tem os mesmos direitos e deveres de qualquer outro trabalhador.
O nome do que você está sugerindo é escravidão. Nesse tipo de vínculo, concordo, não se pode faltar o trabalho.
O que a opinião do blog tenta passar (e eu concordo veementemente) é que um plantão JAMAIS pode ter apenas um tipo de especialista, seja ele qual for, porque esse especialista é um ser humano, trabalhador, que SIM, PODE TER FALTAR AO SEU TRABALHO.
Errado e proibido é a instituição que não se prepara para esse tipo de possibilidade. Enquanto mais pessoas não se convencerem disso, exigindo mudanças, infelizmente, o problema vai continuar.

LARA13 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
LARA13 disse...

O GRANDE PROBLEMA DESSE POVO IGNORANTE, É A FALTA DE RACIOCÍNIO E DISCERNIMENTO.
SÃO MANIPULADOS PELA IMPRENSA E ACEITAM IGUAL VAQUINHA DE PRESÉPIO.
A IMPRENSA É PERDULÁRIA E SÃO MACUMUNADOS COM OS CRETINOS DOS GOVERNANTES QUE OFERECEM EM TROCA VANTAGENS PARA ESSES BILTRES DIZEREM MENTIRAS COM A MAIOR CARA DE PAU!!!
É OBVIO QUE ESSES SAFADOS POLÍTICOS ESTÃO QUERENDO AS "OS". É MUITO DINHEIRO ENVOLVIDO!!!
AGORA,.. EFICIÊNCIA ZERO!!!!
MUITO BOM E COMPETENTE O SEU BLOG!!!.
ISSO SIM DEVERIA SAIR NA IMPRENSA!!!
UM ABRAÇO

Rodrigo Lessa disse...

Concordo com a Fátima. Renato, o servidor tem o direito de faltar quando estiver com problemas de saúde. Nos casos de problemas pessoais, deve comunicar por escrito seu superior. A princípio, não me parece que não ocorreu nenhum dos casos acima. O servidor teria faltado o plantão porque não concordou com o plantão. Isso, para mim, não é justificativa válida. Os problemas existem e o Conselho profissional deve cobrar a conduta correta do Estado.

rbessa disse...

Concordo com a Fátima eo Rodrigo! Faltar a plantão é falta GRAVE! Gostaria que aqueles que concordam com o neurocirurgião respondessem: se acontecesse um acidente em via pública com algum parente seu? Seria levado a um hospital público. E se não houvesse o especialista para o caso?? É óbvio que há diversos problemas no SUS como já foi bem falado. Se o médico não concorda com as condições de trabalho, que peça demissão. Afinal ele continua recebendo seu salário, não é?

Patricia disse...

Não tem neurocirurgião na maior parte dos hospitais do Rio... Até mesmo no Salgado Filho não tem neuro em todos os plantões. O tal médico já estava faltando há 1 mês, já demissionário... Pá que o chefe de plantão não transferiu a menina p o Getulio?pq q o administrador do hospital não providenciou outro neuro? Médico pode faltar sim, e o CRM e o CFM proíbem os médicos de trabalhar onde não haja condições...

Unknown disse...

Em que matéria se ensina "Se o médico não concorda com as condições de trabalho que peça demissão"?
Defender essa proposição para os serviços de saúde é estar partindo das premissas: 1.há condições precárias de trabalho, 2.elas devem continuar como estão e 3.que ao invés de lutar peça mudança deve-se pedir demissão. Premissas que devem ser abominadas por toda e qualquer profissional. A única exceção, em que isso pode ser aceito como verdadeiro, é para pilotos de avião, onde as condições precárias de trabalho porão em risco a vida do profissional, e ao primeiro sinal ele terá que abandonar a "poltrona do Titanic".

OLHAR CIDADÃO disse...

Boa tarde

Os familiares da menina baleada não disseram uma palavra sobre quem desferiu o tiro. É compreensível, pois, caso pedissem a prisão dos autores dos disparos, não poderiam mais voltar a comunidade onde residem. Nisso está o problema da segurança, ou, INsegurança pública que vivemos. Nos últimos dias de dezembro, 3 jovens foram baleadas e morreram, uma delas essa menina de dez anos.

Que Eduardo Paes e Cabral são dois irresponsáveis e descompromissados com a saúde pública todos sabemos. Que a imprensa acoberta essa irresponsabilidade é também um fato incontestável e lamentável. A imprensa quer sangue, quer manchete, e não vai na raiz do problema.

Que faltam profissionais médicos em várias especialidades, isso também é verdade. Os plantões das emergências estão quase todos capengas, faltando ortopedistas, neurocirurgiões,clínicos etc..., quase nunca o quantitativo da RES. 100 do CREMERJ é respeita.

Isso posto, não se pode retirar a responsabilidade do Dr. Adão Crespo. Um profissional comprometido com a Instituição em que trabalha e com a população, além é claro, com a conduta Ética a que está obrigado a observar, não pode alegar discordância de escala e dizer que avisou 3 dias antes ao Chefe de Serviço que não compareceria ao plantão. Se nos outros plantões faltam profissionais, isso é gravíssimo, mas não tira a obrigação do Dr. Adão estar presente no que foi escalado. Aliás, dizem as más línguas que as substituições, embora proibidas, ocorrem, e nesse particular reside todo o presente problema. Olha meu prezado amigo, se forem investigar direitinho, vão ver que essa situação aí é muito mais grave do que parece.

Vamos ver o que o Zé Renato vai dizer em seu depoimento.

Um abraço

Cristina Carvalho disse...

Cera vez na unidade em que trabalho,colocaram 2 funcionários municipais para remarcar consultas,numa fila quilométrica. Não deu certo e retiraram eles e colocaram 4 terceirizados e a fila andou. Uma funcionária puxa saco falou," depois reclamam que a unidade tá terceirizada!" Dando crédito os quatro, quando a medida correta era colocar mais dois com esse funcionários municipais para o serviço funcionar corretamente.

Unknown disse...

O artigo está bom, porém baseado em burocracia. Sabemos que os políticos são uns incompetentes, sabemos que diretores de hospital, via de regra, nada entendem de gestão, lá são colocados porque são médicos. Quanto ao médico Adão, nada justifica sua ausência. Servidor escalado deve cumprir a escala, satisfeito ou não.
O fato de não haver neuro durante o dia é problema da má gestão, já referida, que inclui prefeito, secretário que não sabe de nada, direção do hospital e maus exemplos dos dirigentes governamentais brasieiros. Que não houvesse neuro antes ou depois, mas o médico Adão deveria cumprir sua escala.
Em breve escrevei artigo sobre o assunto.