"Algo que desta vez seria ainda mais grave, já que aquele que assumir a responsabilidade de governar o país se verá obrigado a talvez tomar decisões impopulares para colocar o barco no rumo certo: não é nenhum segredo que o Brasil passa por uma grave crise econômica e de credibilidade por parte dos mercados."
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/17/opinion/1413545607_250359.html
EL PAÍS Brasil já parte do suposto que, para colocar a economia "no rumo", serão necessárias medidas impopulares; Coincide com declaração dada por Aécio Neves e que foi publicada na Folha de São Paulo de 2 de Abril de 2014: "Estou preparado para decisões impopulares".
(Ver: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2014/04/1434480-estou-preparado-para-decisoes-impopulares-diz-aecio-neves.shtml) Essa associação, para mim, é uma estratégia do PSDB com duplo fim:
1) Justificar as escolhas políticas e econômicas de Fernando Henrique Cardoso, em seus dois mandatos, que geraram efeitos pesados para os mais pobres;
2) Legitimar as escolhas políticas e econômicas de Aécio Neves num eventual mandato presidencial, seguindo cartilha do partido.
Os tucanos DEFENDEM que as políticas econômicas de FHC como as ÚNICAS QUE ERAM POSSÍVEIS no cenário, como se, naquele momento, os atores sociais envolvidos não tivessem, à disposição, um arco de escolhas e possibilidades para o enfrentamento de situações de crise. NATURALIZAM a opção do tucano de colocar o ônus de suas ações na conta dos mais pobres. Aécio Neves parece ter o mesmo horizonte em vistas e pretende lançar mão dos mesmos métodos e argumentos, além de já contar com a adesão de boa parte da mídia, como o próprio El País Brasil que, ao falar da divisão do país pós-eleições e das dificuldades que dela decorrerão, faz questão de assinalar que "alguns movimentos já teriam anunciado que, se Aécio ganhar, organizarão uma manifestação nas ruas todos os dias", como a dizer: "Olha, virão tempos difíceis para a maioria das pessoas - pobres - mas contamos com a generosa e patriótica paciência de vocês para superarmos esses desafios. Vamos juntos", quase a dizer-nos, novamente, que deveremos esperar o bolo crescer a fim de que ele seja repartido. Isso a gente já viu que é "caozada", certo?