terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Marx depois de Marx

 


1 - A editora que publicou o livro chama-se "Holus". Pesquisando o site, vi que não tem muitos livros publicados. Apenas 10 e, destes, 9 são de autoria de "J. S. Godinho" (Ver: https://holuseditora.commercesuite.com.br/ ). Os títulos sugerem tratar-se de livros "Espiritualistas", não espíritas (quem tiver curiosidade, o Allan Kardec faz uma explicação sobre essa diferença na introdução de "O Livro dos Espíritos", veja aqui: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Livro-dos-Espiritos.pdf ). Pode ter sido por isso que não tive notícias desse livro nos sites das federativas (CEERJ e FEB), ainda que a Boa Nova, editora espírita, esteja comercializando o livro.

2 - Pesquisando sobre “J. S. Godinho”, encontrei sua página no Facebook (Ver: https://www.facebook.com/js.godinho ). Nela, consta que “trabalhou como titular na empresa Holus Instituto”, o mesmo nome da editora. No Facebook do instituto é apresentado como  “Terapias energéticas. (Ver: https://www.facebook.com/CarlaRT ). Pela coincidência dos nomes e dos materiais que publicam e divulgam, a editora deve ter relação com o instituto.

3 - É difícil encontrar informações sobre a médium Andreza Aparecida Francisco. Não localizei suas redes sociais (Facebook e Twitter). Apenas consta que seja acupunturista (ver: http://satospterapeutas.site.com.br/loja/andreza-aparecida-francisco-crto-3160/ ).

4 – Quando analisamos a página de J. S. Godinho é possível, através de suas postagens, verificar que se trata de alguém que APOIA JAIR BOLSONARO; que é defensor do uso da cloroquina, ivermectina e azitromicina para combater a covid-19; que compartilha sites que publicam fake news (Conexão Política); que defende blogueiro bolsonarista; que publica contra influenciadores digitais que querem “derrubar o presidente do Brasil”; que é contra o uso de máscaras e a obrigatoriedade da vacinação (ver: https://www.facebook.com/js.godinho ).

5 – J. S. Godinho é editor da Holus Editora. “A Holus Editora é mais um de nossos sonhos que ganhou forma e se tornou realidade. (...)A Holus Editora objetiva, a partir do lançamento de algumas obras sobre psiquismo, apresentando conteúdos claros e facilmente assimiláveis, incentivar o aparecimento de outras mais, visando descomplicar a vida das pessoas, impulsionando-as para o caminho da felicidade. Sabemos que o conhecimento-sabedoria representa a luz-verdade que pode libertar a humanidade da escravidão gerada pela falta de esclarecimentos sobre a realidade espiritual e sobre o “si mesmo”, em virtude de crenças anacrônicas, equivocadas e obsoletas, sejam de natureza científica, filosófica ou religiosa. Queremos contribuir para a mudança gradual dessa realidade, contando com a participação de todos os que pensam da mesma forma.” (ver: http://www.holuseditora.com.br/?fbclid=IwAR0LN7lwzJLCneXODcL7U9CJubpritbI_eEFbcZfyNV7Yc3mXQUebD61Y3s ). Atentem para a última frase. O editor declara contar com a participação daqueles que pensam da mesma forma (que ele, claro!). De acordo com o que vimos acima (item 4), dificilmente alguém com sua reacionária visão de mundo publicaria alguma coisa simpática a Karl Marx ou ao Marxismo. A apresentação da obra quer mostrar-se “isentona”, falando de erros e acertos, mas a última frase também aponta para o que pode ser a sua tônica: “Mostra-nos, também, como o sofrimento e o arrependimento transformaram sua vida”, como a querer demonstrar que o trabalho de Karl Marx teria gerado, para ele, consequências negativas no mundo espiritual (ver: https://holuseditora.commercesuite.com.br/livros/marx-depois-de-marx ).

6 - Duas alternativas: Isso tem cara de coisa de zombeteiro do Mundo Espiritual, pra zoar com a cara da médium, do Espiritismo e do Marxismo. Ou pode ser animismo, quando o próprio médium externa suas opiniões sem o concurso de qualquer Espírito desencarnado, ainda que assine o trabalho como se o fosse. Topando a médium com um editor reacionário, situado à direita do espectro das forças políticas, encontrou quem a publicasse. Se eu encontrar em algum sebo por menos de R$: 5,00 eu compro pra ler.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Os inimigos do SUS são meus inimigos

Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e todos aqueles que participam desse governo ou o apoiam são adversários da classe trabalhadora e devem ser tratados como tais. Apoia esse governo? É meu inimigo. Silencia e faz vista grossa, fingindo "isenção política"? Quero distância de você!


A nova desses canalhas é dar mais um passo no processo de destruição do SUS (Sistema Único de Saúde) com seu decreto sobre o Programa de Parceria de Investimentos (PPI) que atingiria unidades básicas de saúde.  


Porém, o esforço de desmonte e privatização do SUS não é uma originalidade desse governo. Eu sou rancoroso e a memória dos rancorosos é sinistra. 


Eu lembro, perfeitamente, das simpatias de Jose Gomes Temporão, Ministro de Saúde de Lula, o "Dom Sebastião" onisciente de setores que se reivindicam como "esquerda" (ex-querda seria mais adequado) com as PPPs, "Parcerias Público-Privadas";  


Lembro que o dito partido dos trabalhadores foi apoiou Sergio Cabral e Eduardo Paes, do então PMDB, entre o final da década de 2000 e o início da de 2010; Lembro que Adilson Pires, do PT, foi vice de Eduardo Paes quando este implementou, em 2009, o câncer das Organizações Sociais (OSs), escoadouro de dinheiro público, ambiente fértil para maracutaias;


Lembro, por fim, que o Hospital Federal do Andaraí - assim como os demais da rede federal aqui no Rio de Janeiro - durante as gestões petistas já sofria com a precariedade das condições estruturais e logísticas, que se refletiam na qualidade do atendimento à população. 


Concluindo, tem muita "indignação" por aí com o decreto de Jair Bolsonaro que não vale o que o gato enterra. A "agitação de esquerda", por parte destes, encobre, em realidade, a frustração por não ser, no momento, o gerente dos interesses do Capital.






















sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Vínculos entre Wilson Witzel e a família de Jair Bolsonaro

Os eleitores do Jair Bolsonaro (atualmente sem partido, era do PSL), em sua esmagadora maioria eleitores de Wilson Witzel (PSC), governador do Estado do Rio de Janeiro afastado de suas funções, sentiram o golpe!


Estão aborrecidos com o afastamento do governador e tentando desvincular a imagem de Jair Bolsonaro à de Wilson Witzel.


A aproximação de ambos se deu através do apoio de Flávio Bolsonaro, aquele dos rachadões ("comer" parte dos salários dos funcionários de gabinete) em parceria com o Queiroz e da lavanderia de dinheiro via Kopenhagen.


Vocês acham que o Flávio Bolsonaro apoiaria Wilson Witzel sem a aprovação de seu pai? Sem que o patriarca desse o aval, ainda que, publicamente, ele, Jair Bolsonaro, não assumisse esse apoio? Alguém ainda duvida que Wilson Witzel surfou na "onda" de Jair Bolsonaro e do PSL? O ex-juiz não tinha carreira política.


Em tempo: Jair Bolsonaro ingressou no PSC do Pastor Everaldo (que foi preso em 28/8/2020) em 2016 e ficou até 2018, quando ingressou no PSL para concorrer à Presidência.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Os liberais querem "menos Estado" para os outros e "mais Estado" para si mesmos

Quando liberais endinheirados defendem o Estado Mínimo e atacam o funcionalismo público é porque, em realidade, querem sequestrar, para eles, o Estado. É "mais Estado" para eles e menos Estado para os trabalhadores. 

Alguns querem fechar contratos - bem gordos para eles - a fim de administrarem serviços para a população. Outros desejam mesmo implodir Educação e Saúde públicas para que estes serviços se tornem privilégios de quem pode pagar. 

Vocês podem acompanhar a "eficiência" da inciativa privada pelas empresas de telefonia. Alguém passa um ano sem se aborrecer com elas? 

Já notaram a quantidade de escândalos que envolvem Organizações Sociais que estão à frente na administração de unidades de saúde públicas? 

Caso destruam os servidores públicos e, em lugar destes, trabalhadores contratados ou terceirizados assumam os serviços em sua totalidade, veremos com frequência ainda maior esses casos de trabalhadores sem salários e direitos, como os que tem ocorrido com os dos hospitais de campanha ou clínicas da família (administrados por Organizações Sociais).  

Também veremos a prática da intimidação, com ameaça de demissão e perseguições, de contratados e terceirizados que "não fechem" com seus superiores hierárquicos, nem sempre honestos e bem intencionados na administração. A estabilidade protege o servidor público de perseguições e demissão caso denuncie algum ilícito. O contratado ou o terceirizado, sem essa garantida, podem ser calados com ameaças e demissão. 

Por último, será bem comum a prática de gabinete da família Bolsonaro: funcionários fantasmas e a "rachadinha" (parte dos salários do trabalhador ficando para contratantes ou superiores hierárquicos).

domingo, 31 de maio de 2020

"Manifesto Estamos Juntos"

O "Manifesto Estamos Juntos" tem umas coisas que me incomodam.

1) Embora propositivo, lança alicerces vagos para o pós-Bolsonaro que podem ser perigosos para os interesses dos trabalhadores. Preferia que se restringisse à retirada de Jair Bolsonaro do poder.

2) "Unir a pátria e resgatar nossa identidade como nação".

Essa busca por homogeneidade é problemática. Ela acaba enquadrando, as vezes com muita violência, aqueles que não se encaixariam nessa unidade. Em nome dessa "união", a dissidência costuma ser calada.
Há que se pensar, também, se essa unidade já existiu alguma vez. O Brasil não é sentido e vivido da mesma maneira pelo grande empresário e pelo trabalhador informal. O lugar de classe social determina bastante a maneira como estes atores vivem e sentem o mundo. Quem mora na Vieira Souto, no Leblon experiencia essa identidade diferentemente de quem vive na favela de Antares, em Santa Cruz.

3) "Projeto comum de país".

Em benefício de quem? Em favor de quem? O número 4 começa a responder.

4) "(...) deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum. Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia."

Numa sociedade dividida por classes sociais tem como não existir disputas? Ou os interesses do trabalhador informal podem ser equiparados ao do Luciano Huck? O "bem comum" tem tudo para ser transformado naquilo que pessoas como Luciano Huck entendem por isso.
Se estão supostamente trabalhando pelo bem comum e em defesa da lei e da ordem, o enquadramento pode vir pesado através delas para colocar no seu devido lugar aqueles que encontram-se deslocados desta realidade, à sua margem, por causa da "responsabilidade na economia", que reforma a previdência, que terceiriza a mão de obra, que retira direitos trabalhistas, que privatiza e esvazia o serviço público, que retira investimentos de saúde e educação públicos.

5) "Defendemos uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população. Defendemos um país mais desenvolvido, mais feliz e mais justo."

O problema é como combater a desigualdade com a tal da "responsabilidade na economia" no cangote, carta que costuma ser acionada pelos liberais (estão entre os que assinam esse documento) para castrar gastos sociais e direitos trabalhistas. País desenvolvido e justo será alcançado através da trilha liberal? Penso que não.
Gostaria de ver expresso o compromisso com a saúde e educação PÚBLICAS. Quando isso fica em aberto, a gente pode suspeitar, com muitas chances de acerto, que a porta está aberta para a terceirização em nome da "responsabilidade na economia" e na "modernização do mundo do trabalho" (que não está citada no documento, mas também é uma carta acionada por liberais). É necessário verificar, também, se esse compromisso com a segurança não reproduzirá a lógica de guerra aos pobres com o verniz de guerra às drogas.

É melhor um movimento desses, que de alguma maneira oponha-se ao Jair Bolsonaro, do que nenhum movimento?
É melhor. Que ele tome um pé na bunda o quanto antes. Agora, que se tenha em mente que o movimento não é neutro. Ele tem uma visão de política e de economia junto a qual ele tenta criar consensos.
Importante destacar, também, que os liberais se incomodaram muito pouco com a eleição de Jair Bolsonaro. Quando querem passar sua agenda econômica, não se preocupam com quem vai fazer o trabalho, desde que ele seja feito. Se for autoritário, tanto melhor, como aconteceu no Chile de Pinochet. Bolsonaro começa a desagradar setores da burguesia porque está "salgando o solo", destruindo possibilidades de captação de investimentos e de entrega das reformas que retiram direitos dos trabalhadores, além de seu fracasso no combate à pandemia do coronavírus. As estatísticas econômicas, que já eram ruins, tem viés de grande piora para o futuro.

Espero, sinceramente, mas também com grande receio que não se concretize, que os movimentos sociais das esquerdas (porque os partidos estão à reboque das disputas eleitoreiras) organizem-se para criar uma pauta para disputarem esse pós-Bolsonaro que esperamos.

Por hora, é isso.

domingo, 22 de março de 2020

Impeachment ou Interdição de Jair Bolsonaro

As decisões de políticas públicas que envolvam o combate ao covid-19 e aos destinos da nação de maneira geral tem ser feitas sem o Jair Bolsonaro. Não podem, mais, passar por suas mãos. A economia já estava uma merda. Vai piorar. Os números de casos de infecção vão aumentar, o número de mortes também.

Acabou para ele. O país não suporta o desgoverno.

Mostra-se uma pessoa desequilibrada ao extremo e totalmente despreparado para o cargo que ocupa. Sua atuação pública tem ido no sentido contrário ao que apontam os especialistas em saúde. A todo momento, minimiza uma enfermidade que vai colapsar o sistema de saúde e vai matar gente!

Jair Bolsonaro tem que ser isolado. Se puder se interditado, melhor.

Governadores e Prefeitos tem que bancar as medidas que tomaram no combate ao coronavírus, ainda que elas venham de encontro ao que quer o desequilibrado sentado na cadeira presidencial. Devem ignorá-lo, solenemente.

Legislativo e Judiciário devem se articular para dar suporte às políticas locais, já que o país está sendo comandado por um desequilibrado incompetente que precisa ser retirado do poder o quanto antes!

quinta-feira, 19 de março de 2020

Covid-19, Jair Bolsonaro e outro futuro

Panelaços contra Jair Bolsonaro. Que bom! Aliás, estou seguro que muitos dos que estão batendo panelas hoje votaram no capitão. Há sempre tempo de arrepender-se das cagadas que fazemos, não é verdade?

Porém, eu não vou deixar de dizer: Eu avisei!

Antes dos efeitos do coronavírus, a economia nacional patinava, sem rumo. Desemprego alto, informalidade superando empregos formais, destruição ("carinhosamente" chamada de reforma) da Previdência, empresas fechando, dólar disparando, batendo recordes...

Além disso, o receituário de austeridade para os pobres, iniciado no segundo governo Dilma, aprofundado por Michel Temer e seguido à risca por Jair Bolsonaro - restrição à pensão por morte e auxílio doença, redução brusca de subsídios ao setor elétrico, o teto dos gastos, a reforma (desmantelamento da legislação) trabalhista, a lei de terceirizações - NÃO ENTREGARAM A PROSPERIDADE PROMETIDA.

Bom, não entregaram para os pobres, que tiveram a vida piorada. Não por acaso, a desigualdade social aumentou nos últimos anos. Se alguém perde - a maioria - alguém ganhou - a minoria próspera, endinheirada, aprofundando o abismo social existente neste país.

Agora estamos diante de um desafio gigantesco enquanto nação e enquanto HUMANIDADE: o combate ao covid-19.

Os liberais, aqueles mesmos que diziam que o Estado era muito grande, que sua intervenção era nociva à economia, sentindo a água bater na bunda, pedem socorro... Ao Estado! Em última análise, o "menos Estado" refere-se, apenas, aos mais pobres, porque os endinheirados querem o Estado para si.

O coronavírus alcança ricos e pobres, além de seu potencial explosivo de destroçar o já esgarçado tecido social. Com isso, os fundamentos da exploração podem ser abalados profundamente. Quem vive e engorda com o Capitalismo tem calafrios quando algo possa ameaçá-lo. Lutarão, portanto, para manterem as coisas como estão.

Espero, de coração, que este seja o início do fim do governo - se é que dá pra chamar assim - de Jair Bolsonaro. Estimulando manifestações contra o Congresso e o STF, indo de encontro aos manifestantes num momento onde todos os órgãos sanitários e de saúde recomendam isolamento para evitar a propagação rápida do covid-19, com gestão econômica desastrosa, envolvimento com milicianos, Jair Bolsonaro demonstrou que não tem estatura moral para o cargo que ocupa. É incompetente. Age como um tiozão boçal de "zapzap". Seu afastamento pelo impeachment é necessário e urgente, pelo bem do país.

Também espero que, dessa crise de proporções planetárias, que destrói vidas, os seres humanos possam deixar de lado a lógica de "mercado" que também arrasa com o planeta. Que construam um novo futuro baseado em relações mais humanas e fraternas, fundamentadas no bem estar coletivo, da "Pachamama" (Terra), e não mais na exploração dos trabalhadores.