domingo, 9 de agosto de 2009

Cabral ameaça demitir funcionários que aderirem à paralização

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3911143-EI8139,00.html

Depois do secretário de Fazenda ameaçar os servidores do Estado de não terem aumento, por conta da possibilidade de se perder os dividendos da exploração do petróleo no Rio de Janeiro, o governador, cujo histórico de relacionamento com eles também não é dos melhores, vem com essa ameaça de demitir os que aderirem ao movimento de paralização de atividades. Alega que semelhante atitude colocaria em risco a saúde da população. Ora, e o fato de trabalharem em péssimas condições, num ambiente precário, sem incentivos de qualquer natureza, com salários ridículos e sem reajustes, isso não coloca em risco a saúde dos servidores e de suas famílias? E os policiais que tem que fazer bico para sobreviver? Os professores e o pessoa da saúde, que se desdobram em diversos empregos para que suas contas “fechem” no final do mês? Pergunte a um destes servidores se eles tivessem condições e salários dignos se eles não se dedicariam de corpo e alma ao serviço. Estou certo que muitos assim o fariam.


Recentemente, uma médica foi presa porque não conseguiu vaga num CTI para um paciente. Legítimo que se busque a Justiça para tanto. Quem se sente no direito deve fazê-lo. Agora, penso que prenderam a pessoa errada. Por acaso é o médico o responsável pela precarização do atendimento de saúde à população? Ou esta não é uma opção política de políticos profissionais, que defendem interesses de classe bastante específicos? No meu entender, Sérgio Cabral deveria ter sido objeto do mandato de prisão que sofreu o médico, por ser o responsável número um pelas políticas de saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Quanto aos servidores, estão no seu legítimo direito de reivindicarem melhorias para si. É vergonhoso que um político, um homem público, que em tese deveria ser preparado para negociar, discutir, ponderar, venha com ameaças descaradas a uma classe que ele não se cansa de vilipendiar. Se estivesse fazendo seu dever de casa certinho, não passaria por uma iminente paralização de servidores insatisfeitos. Sérgio Cabral, oxalá que encontres, no próximo pleito, eleitores com memória mais aguçada, que não tenham esquecido dos seus atuais desmandos. Abre o olho!

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