terça-feira, 11 de agosto de 2009

Palácio do Eduardo Paes II

Pois é. Vasculhando novamente o portal, deparei-me com uma parte intitulada “Idéias para o Rio”. Na apresentação, é informado que os comentários estão sujeitos à moderação, honestidade que faltou em outras partes do site, especificamente na “Gabinete Interativo – Você de olho no Rio”, onde busquei postar alguns assuntos inflamados para o atual executivo e não publicaram. Bom, aqui avisaram! Ofensas e palavras de baixo calão também não são permitidas. Seria dispensável o anúncio. Se ele existe, começo a crer que os idealizadores do portal estejam passando certo “sufoco” com expressões de baixo calão. Devem ser muitos os insatisfeitos...


Muitos dos temas propostos são verdadeiras perfumarias, uma vez que a cidade possui questões muito mais sérias e graves. “Choque de urbanismo e remoção de calçadas de pedra portuguesa”, “Iluminação noturna no Pão de Açúcar”, “Criar ciclovias com finalidade turística”, “Um Natal original para virar atração turística no Rio de Janeiro”, “FORMULA UM NO RIO -- GRANDE PRÊMIO AMÉRICA DO SUL (COMEMOÇÃO DOS 450 ANOS)” são alguns. Não que não sejam importantes. Não são urgentes para o bom funcionamento da cidade. Podem ser pensados quando assuntos que afetam maior número de pessoas sejam equacionados, antes disso, no meu entendimento, soa um pouco falso. Os temas mais espinhosos dizem respeito à remoção de favelas, menores de rua e o trânsito. Não vou furtar ninguém da análise pessoal, para que tirem suas conclusões, mas não resisto adiantar que as opiniões postadas, evidentemente, tem aspectos que coincidem com a visão do atual executivo. Fazem eco do seu discurso. Logicamente que, a primeira vista, a impressão que se tem é a de que parte importante da sociedade desejam ver longe os favelados, independente de se tratarem de pessoas que criaram laços com o local, cuja situação financeira é problemática, que estão nas favelas porque melhor localizadas para as oportunidades de emprego, etc... isso não lhes importa. A pobreza e seu espetáculo incomoda, e o modo mais fácil de se desvencilhar dela é colocar os deserdados o mais distante possível. O mesmo se aplica aos meninos de rua. Estes setores desejam gaiolas, prisões e, se permitirem, como infelizmente já vimos em tantas partes, o extermínio destes. As questões fundamentais que geram as desigualdades que fazem com que as pessoas tenham que construir suas casas nas favelas e que não consigam manter seus filhos em casa não são postas em questão. Elas fariam repensarmos um certo modelo de sociedade que é conveniente a muitos... Poucos estariam dispostos a ceder.


Atrevi-me a fazer um comentário. Não sei se será postado. Fiz no setor de perfumaria. Sobre as pedras portuguesas, levantei o seguinte: elas devem ser mantidas nos locais históricos, onde sua presença é tradicional. Entretanto, como fica a questão da manutenção das calçadas, uma vez que o poder público, recentemente, andou enquadrando pessoas cujas calçadas estavam em mal estado de conservação. Quais, então, seriam os critérios para que em determinado local os cuidados ficassem a cargo da prefeitura, e em outros com os contribuintes? Isso para não mencionar que, enquanto alguns são cobrados por suas calçadas, as ruas andam cheias de buracos que colocam em risco motoristas e pedestres. Se escrevesse isso teria certeza que não seria publicado. Vamos ver no que dá.

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