segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Transportes públicos no Estado do Rio de Janeiro vão mal

Vez ou outra, um problema nas barcas, que fazem as travessias em diversos pontos da Baía da Guanabara. A com maior rotatividade, da Praça XV, na cidade do Rio de Janeiro, que vai até a cidade de Niterói, possui embarcações mais modernas que, em compensação, são muito, mas muito mais quentes que as antigas, que faziam o trajeto em maior tempo. Grandes filas nos horários de maior movimento, muitas pessoas fazendo o trajeto de pé. Não funcionam mais de madrugada. O último horário é o de 23:30hs, durante a semana, se não me engano. Mas quem passar desse horário pode continuar desfrutando da qualidade de serviços do mesmo grupo empresarial, afinal de contas, a 1001, que opera a viação Mauá, que tem a linha número 100 (Praça XV - Niterói), opera as Barcas S.A.. E esta linha de ônibus, apesar de dispor de boa quantidade de carros, vive lotada. É raro o que passa com lugares disponíveis indo para Niterói, alí na altura da Rodoviária Novo Rio.  Quem vai para Paquetá relata costuma relatar que em dias de tempestade, as barcas se perdem pela Baía da Guanabara. 


Dos trens, o que falar? Que atrasam, fecham estações, não avisam os passageiros. Composições em mal estado de conservação, sujas, que vivem quebrando. A Supervia sempre conta com a ajudinha do pródigo governo do Estado, que COMPRA composições novas. Em miudos: a despesa é socializada, dividida entre todos os contribuintes estaduais. O lucro advindo da exploração do serviço É DA EMPRESA, unica e exclusivamente. Que negócio, essa privatização!


O mesmo com o Metrô, que já deveria ser muito maior do que é. Mas suas tendências de crescimento, pelo que sinto, não são orientadas para onde entendo que haja mais demanda. Expande-se pela zona sul da cidade, como se aí houvesse o maior número de pessoas dependentes de tranportes coletivos. Há, entendi... as empregadas domésticas e os prestadores de serviços dos mais abastardos precisam chegar mais depressa. Será por isso essa linha alternativa,  direta para Botafogo? Será que está dando certo? O tempo de espera de quem não a utiliza, continua o mesmo, aumentou ou diminuiu? Essa linha, para quem usa, está mais eficiente? Recentemente, em Triagem, foi "esquecida" uma composição. E a experiência cotidiana de se sentir uma sardinha em lata, vivida por milhares de pessoas e, recentemente, pelo deputado estadual Molon, quando será que vai terminar? Lá para 2011, quando o governo do Estado comprar composições? Novamente a socialização da despesa, certo? É bom lembrar que o contrato da empresa que explora o Metrô foi prorrogado por mais 20 anos, se não me engano. E se você se sente insatisfeito com os serviços prestados pela empresa e deseja processá-la, prepare-se para encarar o ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DA ESPOSA DO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL (conf.: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/01/25/escritorio-de-advocacia-da-primeira-dama-defende-concessionaria-metro-rio-915704436.asp )


O Jornal do Brasil tem uma entrevista com o secretário de transportes, Júlio Lopes, vale conferir: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/01/30/e300118880.asp


Agora alguém pode lembrar: "E a AGETRANSP, não está vendo o que está acontecendo não?" Eu diria que vendo está, porque todo mundo vê. Agora se deseja fazer, efetivamente alguma coisa, a história é outra... Alguém já viu alguma agência reguladora destas funcionarem decentemente? Só na cabeça dos neo-liberais entusiastas desse tipo de gestão.

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